A convite da Prof. Dra. Ana Queiroz, historiadora da arte da UNB, sua tese de doutorado (Universidad Complutense de Madrid), foi traduzida em exposição interativa, por sugestão do orientador, curador do Museu do Prado. A beleza da tese, com roteiro tão singular, nos inspirou a fazer releituras de obras do neoconcretismo brasileiro e mergulhar nos contrastes estéticos e sociais apontados pela pesquisa.
O conjunto externo é composto de lettering gigante e grandes esculturas inspiradas em desenhos, gravuras, pinturas de neoconcretistas, incluindo o cartaz da primeira Bienal de Artes Plásticas.
O poema ’Nasce Morre’ de Augusto de Campos, vazado na estrutura, é projetado no pátio, durante a passagem do sol até o poente.
A iconografia da tese utiliza as estruturas da obra de Hélio Oiticica, com os penetráveis sob a rampa do Museu e a gráfica das casas
da periferia de Brasília.
A porta pivotada ‘Entre’ conduz o visitante ‘entre’ dois mundos: a Brasília dos candangos e a dos políticos, o povo e a elite, em mais
um alto contraste provocado pela pesquisadora.
Os azulejos de Athos Bulcão ganham movimento acionados pelo visitante ao caminhar diante da obra. Um painel colagem, referência estética da época, composto por material original dos anos 60, apresenta o panorama da efervescência cultural do período, reunindo imagens, músicas e filmes.
Na Sala das Utopias uma rampa conduz às maquetes brancas do Plano Piloto e de três favelas de Brasília, com projeção de animações sobre
a história da formação desses territórios.
Croquis brancos sobre parede branca ocupam o corredor de 40 m em curva, conduzindo o visitante através de instalação sonora incidental
em movimento surround.
Completa o conjunto o acervo de obras de arte do período e obras de artistas contemporâneos que dialogam com os temas propostos.
Local: Museu da República